Esse blog já tem 6 anos? uau, estou definitivamente velho. Não por esse blog ter quase 6 anos ou o grupo atual já ter idade pra ir pra primeira série. Mas percebo agora que se meu tempo de RPG fosse um filho ele já até teria servido ao exército, na verdade acho que já teria um diploma universitário e já estaria desempregado.
Meu primeiro contato com o RPG foi uma reportagem sobre o primeiro EIRPG, eu não entendi o que era, mas queria ir lá, parecia muito legal. Meu segundo contato com o RPG foi uma revistinha das Aventuras dos Trapalhões: Didiana Jones Especial RPG. Claro, é só um livro jogo, o que veio logo depois, ou um pouco antes, as memórias já me falham nesta idade avançada.
Esse cara aqui fez uma coisa muito legal, transformou a revista numa forma digital, com os caítulos clicáveis:
https://guerrasdraconicas.wordpress.com/2010/03/10/as-aventuras-dos-trapalhoes-a-ilha-dos-dinossauros/
Esse foi meu primeiro livro jogo, e pensando bem agora tenho quase certeza que ele foi antes dessa aí dos Trapalhões.
Depois veio o Hero Quest, e foi aí que a coisa começou de verdade. Ainda era mais um board game do que um RPG clássico, mas já havia mais gente envolvida e um mestre, ou algo próximo a isso. O primeiro livro que comprei de RPG de verdade foi o Vampiro: A Máscara. E no mesmo ano fui no Quarto EIRPG.
Então vieram os trocentos grupos. Aprendi muito com essa galera toda, alguns aprendi de como fazer um bom jogo, outros só do que não fazer em um jogo, e de como não tratar as pessoas. Algumas vitórias, alguns fails, nenhum arrependimento. Mas, aqui agora, só entra nesse relato as experiencias positivas, os fidaputas ficam para minha própria e cada vez mais falha memória.
Um pessoal que gostei muito de jogar era o que chamarei genericamente de O Pessoal do Alfarrábio. Aprendi trocentos sistemas e fiz muitas amizades lá. Nota especial para O THE ZÉ (hoje ele é o respeitável padre Adriano). Muito do meu modo de mestrar foi por causa do Zé, o humor non sense e as situações absurdas. Tiveram muitos outros ai que mereciam notas, mas fica pra minha autobiografia se um dia eu for alguém importante.
Nota para entendimento: O Alfarrábio era um sebo nos anos 80, no início dos anos 90 ele vira uma comic shop e loja de RPG, por quase uma década foi basicamente isso. No final dos anos 90 ele vira o Café Cultura, um bar indie antes dos indies. E desaparece no início dos anos 2000. Agora só nas memórias daqueles que iam lá e passam por uma triste óptica que ocupa seu antigo lugar.
E a galera de Campo Limpo?
(Nota, existe uma chance bem grande, e vai ser isso até que se prove o contrário, de eu ser o primeiro jogador de RPG de Campo Limpo Paulista).
Meu primeiro grupo, meh!
O segundo grupo era chato também.
E veio o terceiro, aí que entra O Vinícius nessa história. Na verdade esse é um pessoal conhecido na época como galera do Monte Alegre, eu não tive muito a ver com a formação do grupo em si, só entrei nele por conta de um amigo de infância, por todos nós conhecido aqui como Matoso.
Depois veio o pessoal do Leo, comecei a jogar com o grupo do Leo, e meio que me perguntavam coisas sobre RPG, e meio que uma galera me odiava lá, mas isso não vem ao caso. Resumindo, deu merda, e tudo que sobrou dessa galera foi o Leo que acabou incorporado no grupo do Monte Alegre.
Nota: Na época ninguém chamava o Leonardo de Leo, tampouco de Leonardo, era Cabeção sua alcunha.
Jogamos coisas pra cacete nessa época, principalmente AD&D, Story Teller, Gurps e Cyberpunk 2020.
Então veio a idade, a faculdade e essas coisas que atrapalham os jogos. Logo o grupo do Monte Alegre se desfez por um tempo. O Leo estava nos EUA nessa época.
O grupo que virou o Pessoal do Monte Alegre era um saco nessa época. Realmente cada jogo era um martírio e um motivo pra briga. Acabou aí, pelos menos jogamos muito Champions.
Vinícius, uma única palavra sobre esta época: STANDART
E por um tempo ficamos quase sem nos falar, e muito menos jogar, ainda jogava na época da faculdade e alguns jogos foram realmente bons, mas ninguém da galera aqui estava envolvido, e na boa, meh pra isso.
Depois meio que casei, uma grande cagada, pois é, mas durou mais ou menos um ano.
e só em 2010 a história começa, ok, sei que a minha introdução ficou um tanto quanto longa, mas é muito tempo de vida rolando dados. Com o Leo insistindo e quase obrigando todo mundo a jogar o novo grupo se formou. Dessa galera ficaram o Gio e o Emerson, na praticamente só chamado de Enfermeira (acho que só descobri o nome dele mesmo uns meses depois).
Em um RPGCON conheci uma galera que começou a jogar também, na época que esse grupo estava parado, basicamente foram cagadas, mas de bom foram os jogos e a amizade com os Gois Brothers que vieram dessa época, e os jogos de D&D 4, 5 e e outras coisas mais recentes.
E então o grupo se reformatou mais uma vez, mais uma vez o Leo torrou a paciência de todo mundo até que saíssemos de casa para fazer personagens e matar monstros. E mais gente nova entrou pro grupo, e gente velha voltou, e mais uma fusão aconteceu. E, sinceramente, depois de quase 25 anos matando monstros e rolando dados posso dizer com toda certeza, estou jogando com as pessoas que quero jogar.
EDITADO:
Esqueci de dizer no texto, Na época que haviam grupos do Cosmos e o do Monte Alegre a Ana, irmã do Leo nasceu. E quando o Leo (Cabeção na época) e eu conversávamos sobre RPG e games e escutávamos rock, a Ana ficava por perto e fazia head banger nas músicas de heavy metal. Outras vezes ela ficava falando pra gente deixar ela jogar o jogo do Seninha no computador. E também teve algo sobre uma galinha de borracha.