Cada sistema de RPG arruma a sua maneira de criar a personalidade dos personagens, é claro que isso quase sempre só é o começo, sem a ajuda do jogador são só frases e números numa ficha.
O D&D, desde o AD&D, existe uma combinação de 2 conjuntos com 3 elementos cada. Tá na 4e foi um pouco diferente, mas quem liga pra 4e?
Mas o conjunto de leal, neutro e caótico e o conjunto de bom, neutro e mal que foram 9 combinações é só um começo, muito nem é e nem deveria ser explorado por esse sistema. Daí que vem a necessidade de pensar nas trivialidades da vida e responder algumas perguntas.
Perceba que não necessariamente as respostas são influenciadas pelo alinhamento.
A) Dinheiro: Ser bom ou mal não vai influenciar a ganância de seu personagem, talvez mude até onde ele quer chegar para conseguir ficar rico, mas não seu desejo por ouro.
1- O seu personagem é cuidadoso com os gastos pessoais?
2- Ele pensa em ter uma velhice confortável, que ser rico como um rei ou morrerá com a espada na mão?
3- Boa comida e bebida são importantes para ele?
4- E ele é generoso com seu dinheiro? (perceba que não necessariamente o alinhamento influencia na generosidade, o seu personagem pode ser uma pessoa muito boa e não dar esmolas por acreditar que isso só fará o mendigo continuar pedindo ou pode ser um traficante totalmente maligno, mas que gosta de que o vejam como bem feitor).
B) Romance: O romance faz parte de uma boa história de aventura, mesmo a negação dele.
1- Seu personagem é frio ou um romântico inveterado? Existe toda uma escala entre esses dois pontos.
2- Já teve ou tem um grande amor?
3- Qual a orientação sexual do seu personagem? Essa pergunta pode deixar muita gente incomodada em lembrar dela, mas é algo importante de se pensar e abre possiblidades de interpretação bem interessantes.
4- Quais são ou foram os relacionamentos importantes do seu personagem?
C) Família: A maior parte dos jogadores optam por um personagem sem muito laços familiares, isso impede o mestre de raptar seus patentes, mas também, em muitos casos, deixa o personagem raso como um pires. Mesmo que por algum motivo nenhuma família tenha sobrado é bom ter em mente quem foi essa família.
1- O seu personagem foi criado por quem?
2- Essas pessoas ainda vivem e convivem com seu personagem?
3- Como é a relação dele com os seus familiares?
4- Alguma tragédia familiar?
5- Qual é o familiar mais importante para seu personagem?
6- Quais os assuntos de família que o assombram?
D: Motivações: O que seu personagem realmente quer? Até onde ele está disposto a chegar pra isso?
1- Seu personagem pensa no futuro? O que ele espera conseguir com as aventuras?
2- O que faz seu personagem arriscar a vida numa dungeon cheia de monstros e armadilhas? Isso pode parecer obvio por ser o arroz com feijão do D&D, mas pra que seu personagem está se enfiando nesse buraco?
E- Sociais: Vida cotidiano e pessoas ao redor.
1- O que seu personagem pensa sobre:
1.1- sexo oposto
1.2 aldeões
1.3 infância
1.4 monarcas e nobres
1.5 Trabalho braçal
1.6 religião.
1.7 bebidas e outras drogas
2- Como seu personagem age diante de estranhos? Ele é tímido ou extrovertido?
3- Como seu personagem lida com subordinados e superiores?
F: Aliados: outra obviedade que é bom explorar. Esse é um caminho perigoso. Para o bem do jogo algumas concessões devem ser feitas aqui, um personagem totalmente individualista é um problema, ainda mais se ele se recusa a acompanhar o resto do grupo, então, as vezes, é necessário afrouxar ou rodear essa parte, principalmente em uma longa campanha. Mas negligenciar totalmente isso deixa o personagem bidimensional.
1- Meu personagem gosta de trabalhar com as outras pessoas do grupo?
2- Existe alguém mais parecido com ele?
3- existe alguma rivalidade? Perceba que rivalidades não significam um inimigo e nem necessariamente precisam ser coisas ruins. O maior rival do Ryu é seu amigo Ken.
4- Existem discordâncias muito grande entre seu personagem e alguém do grupo?
5- O grupo é confiável?
6- Por que seu personagem continua ajudando essas pessoas?
7- São relações de amizade ou trabalho?
8- Existem juramentos ou laços que independem da vontade do seu personagem que o prendam ali?
G: Morte: Matamos coisas pra cacete, e um dia ela nos alcança.
1- Seu personagem tem medo de morrer?
2- Como ele lida com a morte de NPCs?
3- E prisioneiros? Executa, tortura, solta ou o que?
4- Pelo que seu personagem está disposto a morrer?
Claro que esse roteiro de 6 tópicos não abrange todas as possibilidades, mas acredito que possam ajudar aprofundar a criação e desenvolvimento do personagem.
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